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Grupos de fachada

Devido a seu desprestígio social, a indústria fumageira vem precisando, em todo o mundo, de apoio para atuar. Assim, ela cria e usa movimentos sociais 'falsos' que apoiam seus interesses. Tipicamente, o foco destes grupos tem sido o de defesa da "liberdade individual", no suposto dano econômico causado por políticas de controle do tabagismo ou na "falaciosa" polêmica sobre o fumo passivo1.

Com a divulgação de pesquisas e estudos sobre os malefícios causados pelos produtos derivados do tabaco, a indústria fumageira vem perdendo seu espaço junto aos consumidores mas, para que esta perda não comprometa ainda mais seus lucros, a indústria do tabaco tem criado empresas de fachada, que simulam este apoio. Estes grupos podem ser organizações que parecem servir aos interesses públicos mas, na verdade, servem aos interesses de um terceiro, às vezes, obscurecendo ou ocultando a relação entre eles. Em exemplo, pode-se citar a contratação de cientistas ou empresas especializadas em consultoria de Responsabilidade Social Corporativa (RSC), com o intuito de prejudicar as pesquisas cientificas que comprovam a nocividade do fumo e ainda apresentar uma imagem de responsabilidade da indústria com relação à sociedade, ao invés da mesma assumir que o consumo do cigarro esta associado a inúmeras doenças.2.

A indústria fumageira também usa falsos grupos 'populares' para dar uma impressão que tem apoio social, como por exemplo, grupos de 'direitos dos fumantes', grupos de 'direitos dos cidadãos' e grupos empresariais ligados ao entretenimento. Os grupos de 'direitos dos fumantes' são criados e promovidos nos bastidores, para preservar a aceitabilidade social do fumo e defender a permissão do fumo em lugares públicos.  A Philip Morris, por exemplo, já propôs adotar uma variedade de identidades:

"Às vezes teremos de falar como cientistas independentes, grupos científicos e empresários; outras vezes falaremos como a indústria; e, finalmente, falaremos como o fumante". 3

Visto que as políticas antifumo são apoiadas pelo público em geral, os grupos de 'direitos dos fumantes' tentam manter uma 'controvérsia' sobre a fumaça de fumantes no espaço social e focam o debate no fumante, em vez de focá-lo na indústria fumageira ou nos efeitos nocivos do fumo em si. Os grupos de 'direitos dos fumantes' opõem-se a leis e políticas de ambientes fechados livres de fumo, e também se pronunciam acerca de outros temas, como os impostos sobre o tabaco e as proibições de propaganda 4.

Os grupos de fachada empresariais costumam argumentar que as políticas de controle do tabaco causam danos econômicos aos negócios que alegam representar. A indústria fumageira é conhecida por financiar associações de produtores de tabaco, criar e/ou financiar organizações de restaurantes e bares para se opor a medidas de proibição do fumo no setor de hospitalidade. Seu papel é insistir a tese de que a proibição ao fumo prejudicaria seus negócios e criaria uma mentalidade agressiva entre os que trabalham em restaurantes e bares contra as políticas governamentais antifumo. A indústria fumageira também criou grupos de fachada para se opor à regulamentação ao consumidor, retratando-a como um ataque à liberdade individual. Ela descreve esses esforços de regulamentação como parte da 'cultura autoritária' liderada por uma 'crescente fraternidade' de 'policiais' de alimentos e antitabagistas, 'executores de assistência médica', 'ativistas vegetarianos' e 'burocratas intrometidos' que 'sabem o que é melhor para você' 5.

A este respeito, ver também: 

Técnicas envolvendo Terceiros

 

02/10/2023

Prefeitos membros da Associação dos Municípios Produtores de Tabaco (Amprotabaco) se reuniram virtualmente para assembléia de eleição e posse da diretoria e do conselho fiscal da entidade para o período 2021/2022, bem como apreciação e aprovação das contas do último exercício.

Referência

NOVA diretoria toma posse na Amprotabaco. Gaz, Rio Grande do Sul, 23 abr. 2021. Disponível em: gaz.com.br/nova-diretoria-toma-posse-na-amprotabaco/. Acesso em: 2 out. 2023.

 

07/07/2023

 

Folheto com os tópicos considerados de destaque com o intuito de promover debates e tomadas de decisão no âmbito do controle do tabaco. Nesta edição, a pauta versa sobre: desconstruindo a informação disseminado pelo Fórum Nacional Contra a Pirataria e Ilegalidade; A verdade sobre a parceria entre o deputado Marcelo Moraes e a indústria do tabaco; Liberação dos dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs): Uma ameaça à saúde dos jovens! e a verdade por trás das estratégias de ESG: Desmascarando a indústria do tabaco e o SindiTabaco.

Referência

KORNALEWSKI, Alex Medeiros; CARVALHO, Alexandre Octavio Ribeiro de; BARATA, Danielle; HASSELMANN, Luis Guilherme; TURCI, Silvana Rubano. Destaques do Observatório sobre as Estratégias da Indústria do Tabaco. Cetab/Ensp/Fiocruz, Rio de Janeiro, jul. 2023. Acesso em: 7 jun. 2023.

 

16/01/2023

Novos dispositivos, mas o mesmo objetivo: o lucro em troca da sua saúde. A indústria do tabaco está trocando a cortina de fumaça pela de vapor, numa nova tentativa de atrair novos
usuários.

Referência

 

02/05/2022

A Tomada Pública de Subsídios nº 06, de 11/04/2022 (TPS 06/2022) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que pretende receber informações técnicas sobre os cigarros eletrônicos foi um dos assuntos tratados durante a reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco, na manhã de hoje, 29 de abril. Os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs) são proibidos no Brasil pela Resolução da Diretoria Colegiada (RDC 46/2009). Em 2019, a Anvisa iniciou um processo regulatório para a discussão e atualização de informações técnicas e científicas sobre o tema.

CI

Referência

CÂMARA Setorial debate sobre os dispositivos eletrônicos para fumar. Agrolink, Rio Grande do Sul, 2 mai 2022. Disponível em: https://www.agrolink.com.br/noticias/camara-setorial-debate-sobre-os-dis.... Acesso em: 1 jul 2024.

Fonte: https://www.agrolink.com.br/noticias/camara-setorial-debate-sobre-os-dispositivos-eletronicos-para-fumar_465231.html

 

21/12/2021

O Índice Global sobre a Interferência da Indústria do Tabaco (TII Índice) é uma pesquisa mundial sobre como as políticas públicas estão protegidas dos esforços subversivos da indústria do tabaco e como os governos têm se protegido contra tal influência. O TII Índice originou-se de um relatório da Aliança de Controle do Tabaco do Sudeste Asiático (Seatca) com apoio da iniciativa Stopping Tobacco Organizations and Products (STOP), cujo significado em português é “Pare as Organizações e Produtos de Tabaco”, da Filantropia Bloomberg, e é parte da publicação do Centro Global para Boa Governança em Controle do Tabaco (GGTC) da Escola para Estudos Globais na Universidade de Thammasat, na Tailândia.

Referência

ÍNDICE da interferência da indústria do tabaco. ACT Promoção para Saúde, Rio de Janeiro, 9 dez. 2021. 85p.

 

14/12/2021

Para encerrar o ano de 2021, o Observatório para o Monitoramento das Estratégias da Indústria do Tabaco do Centro de Estudos sobre Tabaco e Saúde da Fiocruz selecionou 10 estratégias de interferência da indústria do tabaco sobre as políticas publicas no Brasil que geraram mais notícias na mídia. Da mesma forma, elencamos as “TOP 10” iniciativas promovidas pelos profissionais envolvidos no controle do tabagismo para expor a agenda da indústria do tabaco e a relevância do cumprimento do artigo 5.3 .

Referência

TOP 10 estratégias da Indústria do Tabaco no Brasil em 2021 / TOP 10 iniciativas para promover o controle do tabaco no Brasil em 2021. Cetab/Ensp/Fiocruz, Rio de Janeiro, 14 dez. 2021. 9p.

 

15/10/2021

A fabricante de cigarros Philip Morris contratou dois políticos profissionais para atuar em nome da empresa perante a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária): o pernambucano José Múcio Monteiro, ex-ministro do governo Lula e do TCU (Tribunal de Contas da União) e ex-deputado federal pelo PTB, e Cássio Cunha Lima (PSDB), ex-senador e ex-governador da Paraíba.

Referência

MILITAO, Eduardo; NEVES, Rafael. Fábrica de cigarros contrata políticos profissionais como lobistas. Uol, São Paulo, 15 out. 2021. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2021/10/15/philip-.... Acesso em: 15 maio 2023.

 

29/08/2021

Basta jogar poucas palavras em ferramentas de busca na internet para entrar em contato com o inusitado mundo dos "vapers". São centenas de publicações, fóruns, blogs, grupos e vídeos em que os usuários e defensores do cigarro eletrônico falam abertamente sobre aparelhos, marcas e saborizantes. Tudo, por meio de uma linguagem própria, com termos tão específicos que tornam o conteúdo até mesmo inacessível para quem lê pela primeira vez ou nunca ouviu falar sobre o "vape".

Referência

INFLUENCIADORES promovem venda ilegal de cigarro eletrônico nas redes. UOL, São Paulo, 29 ago 2021. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2021/08/29/in.... Acesso em: 24 jun 2024.

Fonte: https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2021/08/29/influenciadores-promovem-venda-ilegal-de-cigarro-eletronico-nas-redes.amp.htm

 

28/08/2021

PALESTRANTE: MARCOS EDUARDO M. PASCHOAL - DOUTOR EM CIÊNCIAS IBCCF/UFRJ E COORDENADOR DO NETT IDT/HUCFF

Referência

CIGARRO ELETRÔNICO: UMA ALTERNATIVA AO TABAGISMO?. UFRJ, Rio de Janeiro, 28 ago 2021. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=bjJRRTN7n9w. Acesso em: 24 jun 2024.

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=bjJRRTN7n9w

 

17/08/2021

Relatório geral que apresenta um panorâma dos últimos 4 anos (2016-2020) sobre as atividades da equipe do Observatório, além de dados quanto as variantes de interferência da indústria do tabaco no Brasil.

Referência

TURCI, Silvana Rubano Barretto et al. Observatório das estratégias da indústria do tabaco: 4 anos em atividade (2016-2020). Cetab/Ensp/Fiocruz, Rio de Janeiro, 17 ago. 2021. 40p.

 

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