O Centro de Estudos sobre Tabaco e Saúde (Cetab) da Fiocruz, em parceria com a STOP (Stopping Tobacco Organization), analisou centenas de documentos sobre as atividades de responsabilidade social corporativa (RSC) desenvolvidas pela indústria do tabaco (IT) com o objetivo de interferir em políticas de saúde pública no Brasil, em quatro grandes temas: Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs), Comércio Ilícito, Agenda 2030 e Trabalho Infantil.
Novos dispositivos, mas o mesmo objetivo: o lucro em troca da sua saúde. A indústria do tabaco está trocando a cortina de fumaça pela de vapor, numa nova tentativa de atrair novos
usuários.
Segundo pesquisa realizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2011, 1,3 milhões de crianças ao redor do mundo plantam tabaco todos os dias. No Brasil, cerca de 9 mil crianças estavam envolvidas nesta atividade em 2010 (IBGE, 2010). O uso da mão de obra infantil contribuiu para que o país fosse o segundo maior produtor de folhas de tabaco do planeta.
Campanha sobre a agenda 2030, elaborado pelo Cetab/Ensp/Fiocruz em apoio com a Vital Strategeis e Nova/SB.
Campanha sobre contrabando elaborado pelo Cetab/Ensp/Fiocruz em apoio com a Vital Strategeis e Nova/SB.
Ações de responsabilidade social corporativa (RSC) são medidas e valores adotados por empresas para valorizar sua imagem perante a sociedade. De acordo com inúmeros estudos, quando desenvolvidas pela indústria do tabaco (IT), estas ações acabam se caracterizando mais pela sua interferência na saúde pública do que pelo seu compromisso com a sociedade.
Algumas empresas de tabaco fazem doações financeiras ou contribuições para organizações comunitárias, de saúde, bem-estar ou ambientais, seja direta ou indiretamente através de outras entidades. A divulgação dessas atividades corporativas “socialmente responsáveis” para o público, em outras circunstâncias seriam consideradas louváveis. No entanto, seu efeito ou efeito provável é apenas o de promover produtos derivados do tabaco ou seu uso, seja direta ou indiretamente.