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Depreciar pesquisas científicas comprovadas

'''Lançar dúvidas sobre a credibilidade das evidências científicas sobre os danos causados pelo consumo de tabaco e pela exposição ao fumo passivo é uma tática usual da indústria fumageira. Visando enfraquecer a legislação de controle do tabagismo, a indústria cria polêmicas para desviar a atenção do público e dos governos".1.

As evidências científicas sobre os danos causados pela exposição ao tabaco são tão fortes e abrangentes que a indústria precisa suavizá-los para contornar ou enfraquecer a legislação de controle do tabaco. Um executivo do setor de cigarros disse em certa ocasião: 

"A dúvida é o nosso produto, visto que é o melhor meio de competir com o 'corpo de evidências' que existe na mente do público em geral. Também é o meio de estabelecer uma controvérsia".2.

Os esforços da indústria fumageira de negar os efeitos danosos da fumaça do cigarro são bem conhecidos. Há décadas, a indústria sabe que a fumaça do cigarro é tóxica. Uma empresa, por exemplo, realizou confidencialmente extensas pesquisas sobre a fumaça do cigarro em um laboratório secreto e provou sua toxicidade3, 4.Ela então iniciou um programa global com outras empresas de tabaco, contratando cientistas e lobistas para disputar evidências científicas sobre os riscos à saúde. A indústria contratou cientistas e informou jornalistas, agentes do governo e membros da comunidade científica para confundi-los sobre os danos causados pelo tabaco e sua fumaça. 

A maioria das empresas fumageiras continua a negar que a fumaça do tabaco mate 5, 6.

Seja por criar dúvidas sobre os danos causados pela exposição a fumaça de tabaco, a dependência causada pela nicotina ou por efeitos prejudiciais do tabagismo, as táticas dissimuladas da indústria fumageira têm gerado uma indústria multimilionária que tacha as pesquisas realizada pela comunidade científica como 'ciência barata'. Consultores contratados têm cada vez mais tentado distorcer a literatura científica, além de fabricar e ampliar uma incerteza científica a fim de desviar as decisões de políticas a favor da indústria. Ao fazerem isso, eles não apenas retardam as ações de controle do tabagismo, mas também enfraquecem as salvaguardas de saúde pública e criam barreiras que dificultam a ação de legisladores, agências do governo e tribunais no que diz respeito a ameaças futuras. 

A este respeito, ler também:

Influenciando a Ciência
 

24/01/2025

A Revista “Crescer” é dedicada a pais e aos que se interessam por temas voltados à saúde e bem estar dos pequenos. Uma matéria que parece vir de um enredo de terror com o título: “Crianças de 9 anos já recebem adesivos para parar de fumar”, no Reino Unido”, foi publicada no início deste ano. E dá conta do atual cenário da epidemia do consumo de nicotina [droga altamente adictiva e letal entre crianças e adolescentes por lá, relacionada ao consumo de cigarros eletrônicos/”vapes”.

Referência

FRANCO, Guilherme Athayde Ribeiro. Artigo: Prá brasileiro ver. Hora Campinas, São Paulo, 24 jan. 2025. Disponível em: https://horacampinas.com.br/artigo-pra-brasileiro-ver-por-guilherme-atha.... Acesso em: 17 mar. 2025.

 

25/11/2024

O diretor de Relações Governamentais da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), Jaime Recena, afirmou  que a regulamentação do cigarro eletrônico no Brasil “é a solução”. Deu a declaração durante o seminário “Cigarros eletrônicos: por que rever a proibição é fundamental?”, promovido pelo Poder360 com o apoio da BAT Brasil (British American Tobacco).

Referência

REGULAMENTAR cigarros eletrônicos é solução, diz diretor da Abrasel. Poder 360, Brasília, 14 ez. 2022. Disponível em: https://www.poder360.com.br/economia/regulamentar-cigarros-eletronicos-e.... Acesso em: 16 dez. 2024.

 

04/11/2024

Criado inicialmente com o objetivo de ajudar os fumantes a parar de fumar, o cigarro eletrônico pareceu ser uma alternativa inofensiva. Mas na prática é bem diferente. Na verdade, diversos estudos mostram que o cigarro eletrônico pode até estimular a dependência química. Em sua maioria, esses dispositivos contêm aditivos com sabores, substâncias tóxicas e nicotina, que é uma droga que causa dependência, adoecimento e morte. E apesar de não parecer, ele também é um derivado do tabaco. Ou seja: também está ligado ao tabagismo e é tão prejudicial à saúde quanto os cigarros convencionais. E além da dependência química envolvida, fumar também tem a ver com uma dependência emocional e até mesmo comportamental, representada pelo hábito de sempre levar o cigarro à boca ou recorrer à ele em situações específicas da vida. 

Referência

POR QUE o cigarro eletrônico não ajuda a parar de fumar?: Na verdade, diversos estudos mostram que o cigarro eletrônico pode até estimular a dependência química. Ministério da Saúde, 2 jan. 2023. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/eu-quero-parar-de-f.... Acesso em: 25 nov. 2024.

 

19/04/2024

A temática dos impactos ambientais em suas mais diversas formas tem sido uma das mais importantes discussões globais da atualidade. Temas como mudança climática, desastres, abastecimento e segurança alimentar, saúde dos ecossistemas e poluição causada por plásticos e microplásticos têm ganhado cada vez mais atenção de pesquisadores em todo o mundo, já que vêm impactando de forma significativa a vida no planeta. Neste material, é abordado especificamente o problema dos microplásticos e dos impactos ambientais causados pela cadeia de produção do tabaco.

Referência

CENTRO DE ESTUDOS SOBRE TABACO E SAÚDE. Microplásticos e os impactos da cadeia de produção do tabaco. Cetab/Ensp/Fiocruz, Rio de Janeiro: Fiocruz, 2024. 43p.

 

15/04/2024

A manutenção da proibição dos cigarros eletrônicos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ignora o resultado da consulta pública sobre o tema, onde 59% dos 13.930 participantes se manifestaram contrários ao banimento. A avaliação é do presidente do DIRETA (Diretório de Informações para Redução dos Danos do Tabagismo) após anúncio do órgão regulador. A proposta de nova resolução será apresentada em reunião da Diretoria Colegiada nesta quarta-feira, 17, às 9h30min, e aponta para manter a proibição.

Referência

MANUTENÇÃO da proibição dos cigarros eletrônicos pela Anvisa ignora resultado da consulta pública, afirma entidade de redução de danos. Olá Jornal, Rio Grande do Sul, 15 abr. 2024. Disponível em: https://olajornal.com.br/manutencao-da-proibicao-dos-cigarros-eletronico.... Acesso em: 31 mar. 2025.

 

08/02/2024

Um grupão privado de produtores de tabaco no Facebook virou alvo da influência da indústria do cigarro, a qual tenta convencer agricultores a pressionar pela liberação de cigarros eletrônicos (os chamados vapes). A meta é engajá-los contra novas restrições ao produto debatidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Referência

NAKAMURA, Pedro. Em grupão no Fcebook, indústra do cigarro empurra lobby do vape para fumiculores: agroinfluencer parceiro da Philip Morris tenta engajar agricultores contra potenciais novas restrições ao cigarro eletrônico pela Anvisa. Núcleo, [s.l.], 8 fev. 2024. Disponível em: https://nucleo.jor.br/reportagem/2024-02-08-lobby-vape-grupao-facebook/. Acesso em: 4 mar. 2024.

 

03/02/2024

Cigarros eletrônicos e outros “vapes” não são seguros, tampouco menos nocivos que cigarros. Eles causam forte dependência em razão da nicotina, que é também prejudicial à saúde, e de aditivos que potencializam seus efeitos.

Referência

CARVALHO, Adriana; AQUINO, Carlota. Vapear é fumar, não se deixe enganar: Duas especialistas desconstroem, por vários ângulos, o argumento de que os cigarros eletrônicos podem ser benéficos para a sociedade. Veja Saúde, 3 fev. 2024. Disponível em: https://saude.abril.com.br/coluna/com-a-palavra/vapear-e-fumar-nao-se-de.... Acesso em: 7 out. 2024.

 

25/01/2024

O principal beneficiado pela falta de regulamentação do cigarro eletrônico no Brasil é o crime organizado. Essa é a avaliação da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), autora do projeto de lei nº 5.008 de 2023, que visa a estabelecer regras para o comércio e a publicidade de dispositivos para fumar. 

 

Referência

MEDEIROS, Israel. Não regulamentar cigarros eletrônicos ajuda o crime, diz Thronicke: Senadora do MS é autora do projeto de lei que estabelece regras para a importação, exportação, fabricação e venda dos dispositivos; país tem 2,9 milhões de usuários. Poder 360, [s.l.], 25 jan. 2024. Disponível em: https://www.poder360.com.br/congresso/nao-regulamentar-cigarros-eletroni.... Acesso em: 7 out. 2024.

 

06/11/2023

Fundação para um Mundo Livre de Fumaça de Tabaco, cuja sigla em inglês é FSFW (Foundation for a Smoke-Free World), desde sua criação tem sido objeto de preocupações e investigações devido às suas ligações com a indústria do tabaco, em especial a Philip Morris International (PMI), que financia suas atividades. Análises dos relatórios fiscais anuais da fundação ao longo de cinco anos revelaram que boa parte de seu financiamento é direcionada para pesquisas e atividades que se alinham com a mensagem e os interesses comerciais da PMI.

Referência

FUNDAÇÃO para um Mundo Livre de Fumaça de Tabaco (FSFW): a sombra da indústria do tabaco na ciência. Cetab/Ensp/Fiocruz, Rio de Janeiro, 6 nov. 2023. 2p.

 

27/03/2023

Em artigo original publicado no Jornal Brasileiro de Pneumologia vol. 49, n. 1 / 2023, cientistas detectaram que há um possível aumento de experimentação e uso atual de cigarros eletrônicos e narguilé no Brasil. Os pesquisadores analisaram os dados do inquérito telefônico Covitel 2022, cuja amostra é composta de 1.800 indivíduos maiores de 18 anos de idade, provenientes das cinco macrorregiões brasileiras. Segundo a análise, as prevalências de história de uso de cigarro eletrônico e narguilé foram idênticas (7,3%), enquanto a prevalência de consumo atual de cigarros industrializados foi de 12,2%. Adultos jovens (18-24 anos) apresentaram as maiores prevalências de experimentação de cigarro eletrônico (19,7%) e de narguilé (17%).

Referência

USO de cigarro eletrônico e narguilé no Brasil: um cenário novo e emergente. O estudo Covitel, 2022. SBPT, Brasília, DF, 13 mar. 2023. Disponível em: https://sbpt.org.br/portal/cigarros-eletronicos-jbp-2023/. Acesso em: 27 mar. 2023.

 

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