Os primeiros vendedores chegam antes de o dia clarear. É uma espécie de feira livre, mas muito diferente das feiras de alimentos: não existem barracas, os produtos não são comestíveis, os fregueses não são os consumidores finais e, via de regra, esses fregueses é que decidem o preço que vão pagar. Estamos em uma feira de fumo em Craíbas, cidade de 25 mil habitantes no interior de Alagoas. Tanto ali como em municípios próximos, milhares de agricultores familiares têm no tabaco sua principal atividade econômica. Eles estão no entorno de Arapiraca, a segunda maior cidade do estado, que já foi conhecida como “capital do fumo”. Circulamos por Arapiraca e arredores durante três dias no início de setembro e, nas pequenas e médias propriedades por onde passamos, a paisagem era essa: milhares de pés de fumo crescidos, com varais de bambu onde as folhas já colhidas eram postas para secar.
TORRES, Raquel; MATHIAS, Maíra. Como vivem os plantadores de fumo de rolo em Alagoas. O Joio e o Trigo, [s.l.], 18 jan. 2023. Disponível em: https://ojoioeotrigo.com.br/2023/01/como-vivem-os-plantadores-de-fumo-de.... Acesso em: 29 nov. 2024.
Em Alagoas, crise do fumo de rolo deixou agricultores familiares em maus lençóis. Mesmo décadas depois, poder público ainda não foi capaz de promover alternativas viáveis “Desde os sete anos de idade eu plantava fumo. De uns tempos pra cá, só vivia doente, os venenos me atacavam muito. O fumo e o veneno mexem muito com a pessoa. Aí eu pensei: sabe de uma coisa? Vou parar”, conta Luiz Barbosa dos Santos, de 56 anos, na banca de feira onde hoje vende seus alimentos em Craíbas, Alagoas.
TORRES, Raquel; MATHIAS, Maíra. Plantar comida em vez de tabaco: por que essa troca é tão difícil?. O joio e o Trigo, [s.l.], 19 jan. 2023. Disponível em: https://ojoioeotrigo.com.br/2023/01/plantar-comida-em-vez-de-tabaco-por-.... Acesso em: 29 nov. 2024.
Raul da Silva, de 32 anos, vive em uma propriedade rural no interior de Paraíso do Sul (RS). Ali, o agricultor chegou a plantar cem mil pés de tabaco. Afinal, a cultura é predominante em toda a região central do Rio Grande do Sul e o produtor iniciou a trajetória no campo, seguindo o destino seguro que lhe foi prometido, assim como a tantos outros moradores locais. Quando pensou em diversificar por meio de produção de leite, esbarrou na seca e no baixo preço. Foi assim que ele desistiu e retornou para o tabaco, plantando, atualmente, vinte mil pés a mais do que antes. “A gente tem que ter coragem pra ficar”, diz.
WEISE, Angélica. Sofrimento para agricultores, abraços aos ‘amigos’, tabaco é problema social no Rio Grande do Sul. O joio e o Trigo, [s.l.], 29 jun. 2023. Disponível em: https://ojoioeotrigo.com.br/2023/06/sofrimento-para-agricultores-abracos.... Acesso em: 29 nov. 2024.
A deputada baseou-se no levantamento divulgado pelo Sinditabaco que apontou prejuízos de R$ 95 milhões ao setor.
KELLY Moraes solicita medidas de apoio aos produtores de tabaco. Gaz, Rio Grande do Sul, 16 jun. 2024. Disponível em: https://www.gaz.com.br/kelly-moraes-solicita-medidas-de-apoio-aos-produt.... Acesso em: 16 jun. 2024.
Consulta pública realizada pela ANVISA com o objetivo de coletar a opinião nacional acerca dos cigarros eletrônicos encerrou com maioria contrária à proibição dos "vapes". Os resultados apontam que 58% dos 13.930 participantes consideram negativos os impactos do veto à fabricação e comercialização. Outros 37%, porém, classificam a medida como positiva.
KOBER, Julian. Maioria é contra proibição de cigarros eletrônicos no Brasil, revela consulta da Anvisa. Gazeta do Sul, Rio Grande do Sul, 13 mar. 2024. Disponível em: https://www.gaz.com.br/maioria-e-contra-proibicao-de-cigarros-eletronico.... Acesso em: 15 mar. 2024.
Estabelecidas em várias partes do Sul do Brasil, as propriedades produtoras de tabaco existem, em sua maioria, nas regiões de colonização germânica nos 3 estados.
FARDIN, Iuri. Bicentenário: o tabaco foi uma base econômica para as colônias. Gaz, Rio Grande do Sul, 4 fev. 2024. Disponível em: https://www.gaz.com.br/bicentenario-o-tabaco-foi-uma-base-economica-para.... Acesso em: 14 out. 2024.
Este relatório apresenta os resultados da segunda edição da pesquisa realizada pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Administração, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (CEPA/UFRGS), cujo propósito principal foi o de medir e descrever o perfil socioeconômico do produtor de tabaco da Região Sul do Brasil.
SINDITABACO. Perfil Socioeconômico do Produtor de Tabaco da Região Sul do Brasil. Rio Grande do Sul, 2023. 131p.
Com cerca 7,3 mil propriedades rurais envolvidas com a produção primária, o retorno financeiro que a agricultura dá ao município alcança valores significativos e deve chegar, conforme a Emater/RS- Ascar, a R$ 600 milhões em vendas em 2023.
KIST, Débora. Tabaco representa quase metade do valor da produção agrícola de Venâncio Aires. Folha do Mate, Rio Grande do Sul, 19 dez. 2023. Disponível em: https://folhadomate.com/noticias/rural/tabaco-representa-quase-metade-do.... Acesso em: 23 set. 2024.
Lídia Maria Bandacheski do Prado tinha apenas 40 anos quando recebeu um laudo médico atestando que ela nunca mais poderia voltar ao trabalho. Na prática, a agricultora já sabia disso: fazia quase uma década que ela estava afastada das lavouras, incapacitada pelos efeitos de uma intoxicação crônica causada por exposição a agrotóxicos. A saúde de Lídia não vai voltar ao que era antes, mas seu caso pode ser o primeiro a resultar na responsabilização judicial da empresa fumageira que a colocou nessa situação – a Alliance One. Em 2015, assim que Lídia recebeu um laudo médico indicando que estava permanentemente incapacitada para trabalhar, ela entrou na Justiça do Trabalho com uma ação contra a empresa. O processo é longo, e a Alliance One tem feito de tudo para barrá-lo, recorrendo de cada decisão. Mas, até agora, não conseguiu.
TORRES, Raquel. Com doença degenerativa causada por agrotóxicos, ex-agricultora pode vencer processo contra multinacional. Brasil de Fato, Rio Grande do Sul, 4 out. 2023. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2023/10/04/com-doenca-degenerativa-causa.... Acesso em: 11 out. 2023.
A Souza Paiol, considerada a maior fabricante de cigarros de palha do Brasil, está entre as 204 empresas incluídas pelo Ministério do Trabalho na Lista Suja do trabalho escravo. A atualização foi feita no último dia 5. Segundo o Ministério do Trabalho, a Souza Paiol entrou na Lista Suja devido a uma fiscalização que flagrou 54 trabalhadores em condições análogas à escravidão numa propriedade em Iraí de Minas (MG). A ação ocorreu em 2022.
GHIROTTO, Edoardo. Maior produtora de cigarro de palha entra na lista do trabalho escravo. Metrópoles, Brasília, 10 out. 2023. Disponível em: https://www.metropoles.com/colunas/guilherme-amado/produtora-cigarro-tra.... Acesso em: 23 out. 2023.