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Manipular a opinião pública para ganhar respeitabilidade

'''Fumar mata – mesmo assim a indústria fumageira aplica uma série de táticas e truques para manipular a opinião pública. Investe em programas socioambientais, fazem doações para hospitais e prefeituras, oferecem migalhas usando o discuros de alíviar populações imersas em catástrofes naturais . Tudo isso para que seja tirado o foco sobre seus produtos letais e para ganhar aura de respeitabilidade.

A opinião pública governa o funcionamento das sociedades e a indústria fumageira dedica recursos consideráveis para tentar corrompê-la. A indústria está ciente de que a visão de milhões de pessoas, todos os dias, é influenciada pelos meios de comunicação em massa. Contrata escritórios de relações públicas e outros grupos para inventar e distorcer as notícias de forma a promover seu negócio letal. Empresas de relações públicas geralmente são usadas em uma tentativa de manipular a mídia e a opinião pública a respeito de diversos aspectos do controle do tabaco e para granjear o apoio de pessoas que se opõem à 'intromissão' do governo nos negócios e na tributação, instigando assim visões gerais antirregulatórias e antigovernamentais. 

No entanto, a principal maneira de manipular a opinião pública é por meio de Responsabilidade Social Corporativa (RSC), também conhecida como "investimento social". Ainda que as atividades de RSC em muitos setores reflitam um compromisso honesto de comportamento ético e contribuição ao desenvolvimento econômico, ao mesmo tempo melhorando a qualidade de vida dos funcionários, da comunidade local e da sociedade como um todo, para a indústria fumageira é uma estratégia que age em seu próprio favor. As atividades de RSC da indústria fumageira podem incluir campanhas ineficazes de prevenção do fumo entre adolescentes, as quais permitem que a indústria se apresente como 'importando-se' com os jovens, para quem também vendem seus produtos letais. A indústria se empenha arduamente para apoiar programas sociais direcionados a produtores de tabaco e seus filhos, além de causas sociais inusitadas em relação à sua atividade-fim, como programas para combater a violência doméstica contra mulheres, esforços de ajuda humanitária e causas e grupos ambientais. 

Frequentemente, um grupo aceita fundos da indústria do tabaco ou trabalha com ela, e a indústria recupera, assim, parte da respeitabilidade que perdeu por meio dos danos sociais, econômicos, ambientais e à saúde causados por seus produtos. Em suma, a indústria fumageira usa a RSC para alegar que se importa com a sociedade e com o meio ambiente, e também para se apresentar como um membro responsável da sociedade. 

Esses esforços de RSC interferem na política de saúde por conquistar para a indústria a boa vontade dos políticos e do público. A indústria usa a RSC para atrair grupos não relacionados ao tabaco _ às vezes nem mesmo relacionados à saúde _ para se tornarem seus aliados. Dessa forma, quando há tentativas de regulamentar as propagandas de tabaco, por exemplo, a indústria pode mobilizar um conjunto de empresas aliadas , ou que estão em dívida com ela, para falar em seu favor.

Este fenômeno tem sido visto recentemente em países de regiões tão diversas, como a África 1 e a Europa 2, onde os representantes das empresas fumageiras queixaram-se que uma proibição proposta sobre o patrocínio, uma forma reconhecida de marketing, era prejudicial e desnecessária. Um coro de protestos de organizações de caridades que apoiam causas como saúde mental e cuidados com os idosos foi citado na mídia e apresentado como uma oposição à legislação proposta sobre a proibição de propagandas de tabaco. As reportagens da mídia focavam na perda de renda das organizações de caridade, e não nos ganhos da saúde que viriam com a restrição das propagandas de tabaco.

A este respeito, ler também: 

* Tática RSC
* Táticas midiáticas
* Táticas publicitárias e marketing 
* Táticas online
* Táticas educativas
 

30/04/2025

In recent years a movement has spread across the USA to designate colleges 100% tobacco-free in an effort to reduce tobacco use and exposure to tobacco marketing among college students. As of January 2016, there are over 1000 tobacco-free campuses within the US. Although federal policies restrict tobacco companies from marketing their products to those under 18 years of age, tobacco industry documents show that they actively target young adults aged 18 years, their youngest legal demographic, through a variety of methods.

Referência

HERRERA, Ana; KREITZBERG, Daniel; LOUKAS, Alexandra, et al Tobacco-free but not tobacco industry free. Tobacco Control, v. 27,p. 716. 2018. Disponível em: https://tobaccocontrol.bmj.com/content/tobaccocontrol/27/6/716.full.pdf?.... Acesso em: 30 abr. 2025.

 

 

10/02/2025

Precisa ser muito ingênuo para cair nessa conversa de que o cigarro eletrônico ajuda alargar do fumo. Acreditar que os fabricantes de cigarro comum criariam uma alternativa para ajudaraqueles que lutam para se libertar dele é o mesmo que imaginar traficantes montandoclínicas de recuperação na cracolândia.

Referência

VARELLA, Drauzio. Não se deixem enganar, os fabricantes de cigarro não querem ajudar viciados. Folha de São Paulo, 1 jan. 2025. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/drauziovarella/2025/01/nao-se-deix.... Acesso em: 31 mar. 2025.

 

13/01/2025

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Philip Morris Brasil Indústria e Comércio Ltda lançaram edital da iniciativa Floresta Viva que destina até R$ 8,88 milhões a projetos de restauração ecológica, fortaleciment oda cadeia produtiva de restauração e formação de corredores ecológicos de Mata Atlântica, na mesorregião Sudeste do Paraná. O edital contempla 21 municípios e25 unidades de conservação, incluindo áreas especiais de uso regulamentado.

Referência

BNDES e Philip Morris Brasil destinam até R$ 8,88 milhões a projetos de restauração ecológica da Mata Atlântica: Recursos apoiam recuperação de áreas degradadas no Sudeste do Paraná, contemplando 21 municípios e 25 unidades de conservação. Agência de Notícias, Brasília, 10 dez. 2024. Disponível em: https://agenciadenoticias.bndes.gov.br/detalhe/noticia/BNDES-e-Philips-M...$-888-milhoes-a-projetos-de-restauracao-ecologica-da-Mata-Atlantica/. Acesso em: 24 fev. 2025.

 

04/12/2024

A quarta edição do Projeto Gerir – Workshop de Gestão Organizacional 2024, na noite dessa segunda-feira, 2, tratou sobre um assunto em que a região tem expertise: “O futuro do tabaco”. Os painelistas foram o gerente-executivo da Associação Brasileira da Indústria do Tabaco (Abifumo), Edimilson Alves; o presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Marcílio Drescher; e o presidente do Sindicato Interestadual das Indústrias do Tabaco (SindiTabaco), Valmor Thesing, tendo como mediador o gestor de Conteúdo Multimídia da Gazeta, Romar Rudolfo Beling. O gestor executivo da Gazeta Grupo de Comunicações, Jones Alei da Silva, também fez uma saudação inicial.

Referência

GERIR: os desafios e as oportunidades para fortalecer o setor do tabaco. Gazeta do Sul, Rio Grande do Sul, 4 dez. 2024. Disponível em: https://www.gaz.com.br/gerir-os-desafios-e-as-oportunidades-para-fortale.... Acesso em: 22 jan. 2025.

 

02/12/2024

Após encontros sem ata, secretário do órgão foi à Anvisa sugerir a liberação de vapes como solução contra o contrabando; Receita promete melhorar a transparência interna e disse que audiências discutiram irregularidades fiscais ligadas a empresas de cigarro. 

Referência

NAKAMURA, Pedro. Receita Federal não dá transparência a reuniões sobre impostos com indústria do cigarro e viola acordo global antitabagista. O Joio e o Trigo, [s.l.], 2 dez. 2024. Disponível em: https://ojoioeotrigo.com.br/2024/12/receita-federal-nao-da-transparencia.... Acesso em: 9 jun. 2025.

 

04/11/2024

Quem segue o debate sobre a regulamentação do cigarro eletrônico no Brasil já deve ter ouvido falar de Lauro Anhezini Junior, “especialista” citado em pelo menos 15 matérias e convidado de dois seminários de veículos jornalísticos pertencentes a grandes grupos de comunicação do país. Sempre, nos textos ou em eventos, ele discursa a favor da liberação dos Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEf's). Lauro não é cientista. E não prioriza argumentos embasados sobre como o cigarro eletrônico é supostamente menos prejudicial à saúde humana, se comparado ao cigarro tradicional.

Referência

REISDORf, Paula. A ex-Souza Cruz de mãos dadas com grupos de comunicação na defesa dos cigarros eletrônicos. O Joio e o Trigo, [s.l.], 8 abr. 2024. Disponível em: https://ojoioeotrigo.com.br/2024/04/ex-souza-cruz-grupos-de-comunicacao-.... Acesso em: 29 nov. 2024.

 

04/11/2024

Criado inicialmente com o objetivo de ajudar os fumantes a parar de fumar, o cigarro eletrônico pareceu ser uma alternativa inofensiva. Mas na prática é bem diferente. Na verdade, diversos estudos mostram que o cigarro eletrônico pode até estimular a dependência química. Em sua maioria, esses dispositivos contêm aditivos com sabores, substâncias tóxicas e nicotina, que é uma droga que causa dependência, adoecimento e morte. E apesar de não parecer, ele também é um derivado do tabaco. Ou seja: também está ligado ao tabagismo e é tão prejudicial à saúde quanto os cigarros convencionais. E além da dependência química envolvida, fumar também tem a ver com uma dependência emocional e até mesmo comportamental, representada pelo hábito de sempre levar o cigarro à boca ou recorrer à ele em situações específicas da vida. 

Referência

POR QUE o cigarro eletrônico não ajuda a parar de fumar?: Na verdade, diversos estudos mostram que o cigarro eletrônico pode até estimular a dependência química. Ministério da Saúde, 2 jan. 2023. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/eu-quero-parar-de-f.... Acesso em: 25 nov. 2024.

 

03/11/2024

Na saga da taxação e obsessão pelo reforço de caixa, o Governo Federal decidiu elevar o IPI sobre os cigarros em 50%. A Receita Federal projeta aumento de arrecadação, mas, para especialistas do setor de cigarros consultados pela Coluna, a medida terá efeito contrário. Deve reduzir a arrecadação justamente porque empurrará o consumidor – em geral, o de baixa renda – para a alternativa mais barata, dominada por produtos falsificados e contrabandeados. O aumento da taxa causa outros dois problemas piores: um de saúde público, outra de sonegação justamente para a RFB que precisa arrecadar mais.

Referência

MAZZINI, LEandro. Governo aumenta imposto do cigarro e quem ganha é o mercado ilegal. Isto É, São Paulo, 3 nov. 2024. Disponível em: https://istoe.com.br/governo-aumenta-imposto-do-cigarro-e-quem-ganha-e-o.... Acesso em: 22 jan. 2025.

 

23/10/2024

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está discutindo as novas advertências sanitárias e mensagens nas embalagens de produtos fumígenos derivados do tabaco e nos expositores dos pontos de venda. O prazo para a definição é novembro de 2025, quando vence a atual norma em vigor. Entre as novidades está a inserção de um pictograma de caveira simbolizando ‘produto tóxico’.

Referência

SETOR do tabaco questiona proposta de novos alertas e imagens em embalagens de cigarros. Olá Jornal, 23 out. 2024. Disponível em: https://olajornal.com.br/setor-do-tabaco-questiona-proposta-de-novos-ale.... Acesso em: 20 dez. 2024.

 

18/09/2024

Jornalistas brasileiros e pesquisadores dos Estados Unidos e do Reino Unido vão traçar um panorama da movimentação da indústria para alavancar cigarros eletrônicos em diferentes mercados. Participantes poderão concorrer a duas micro bolsas de reportagem para investigar o tema. 

Referência

ABERTA as inscrições para a oficina: "vaping: a fronteira do lobby" .O Joio e o Trigo, [s.l.], 11 set. 2024. Disponível em: https://ojoioeotrigo.com.br/2024/09/abertas-as-inscricoes-para-a-oficina.... Acesso em: 18 set. 2024.

 

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