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Exagerar a importância econômica da indústria

'''Geração de emprego, contribuições fiscais e outros indicadores econômicos são frequentemente empregados pela indústria fumageira para supostamente demonstrar suas contribuições para a economia de um país. Mas as cifras fornecidas pelas empresas não somente exageram a importância econômica desta indústria como também ignoram os custos da saúde, sociais, ambientais e sanitários acarretados pelo tabaco e seus derivados"1.

A indústria do tabaco se esforça para interferir no processo político. Exagera sua própria contribuição, expressa em termos de geração de empregos (diretos e indiretos), contribuições fiscais e outros indicadores econômicos, à economia de um país, região, província ou município. As informações econômicas não são apenas sensacionalistas, mas também ignoram o impacto negativo do uso do tabaco, incluindo a evasão de recursos públicos usados para tratar milhões de pessoas que desenvolvem doenças associadas aos uso de tabaco. 

Ela tenta se opor as medidas de controle do tabaco com a alegação de que tais medidas impactariam negativamente na geração e manutenção de postos de trabalho e, consequentemente, na economia do país. Com esse argumento, a indústria cria ''lobbies'' contra aumentos do imposto sobre produtos derivados do tabaco prevendo consequências catastróficas para seu negócio. Na realidade, as evidências mostram que, pelo menos até agora, as perdas de emprego no setor fumageiro tem pouco a ver com medidas mais severas de controle ao tabaco. Uma publicação recente2 destaca como a indústria do tabaco fez ''lobbies'' contra a tributação e tarifação sobre os cigarros com o pretexto de que os custos reduzidos de produção iriam preservar empregos. Além de obter vantagens fiscais, a indústria ainda reorganizou e consolidou seus processos de produção, levando a perdas de emprego no setor. De fato, ainda que suas demandas sejam atendidas, não causaria espécie a ninguém familiarizado com o antitabagismo que ameaçasse fechar uma fábrica ou departamento e mudar para outro lugar, apesar de suas alegações de compromisso social e responsabilidade. 

Estudos econômicos revelam que as alegações da indústria acerca de potencial perda de postos de trabalho e outras perdas econômicas resultantes de controles mais severos ao tabaco são exageradas; de fato, tais perdas são insignificantes. Se o consumo cair, as perdas de emprego nos setores dependentes do tabaco são mais do que compensadas pelo aumento de emprego em outros setores que não prejudicam a economia geral 3.

31 de outubro de 2018: A FGV Projetos realizou o “Estudo dos Efeitos Socioeconômicos da Regulamentação, pela Anvisa, dos assuntos que tratam as consultas públicas nº 112 e 117, de 2010”

A FGV Projetos realizou o “Estudo dos Efeitos Socioeconômicos da Regulamentação, pela Anvisa, dos assuntos que tratam as consultas públicas nº 112 e 117, de 2010”, no qual demonstra que o estrangulamento do mercado formal de cigarros não diminuirá o consumo, apenas tornará o produto do contrabando mais atraente, relaciona as consequências econômicas e sociais da alteração da preferência do fumante. O estudo tem por objetivo analisar os potenciais efeitos econômicos e sociais decorrentes da implantação das novas restrições às embalagens e materiais de comunicação de marcas de cigarros, bem como da proibição de sua exibição no ponto de venda e do uso de ingredientes na sua fabricação, previstas nas Consultas Públicas nº 112 e 117, de 2010, divulgadas pela ANVISA.

A este respeito ler também:

05/11/2013

A Imperial Tobacco, Philip Morris International e British American Tobacco enfrentamqueda nas vendas, devido a regulamentação governamental. Em contrapartida, aImperial Tobacco lança reduz custos e lança cigarro eletrônico para tentar evitar quedasmaiores. Alison Cooper, presidente-executiva da Imperial, afirma que o crescimentoserá modesto mesmo adotando a política de corte e lançamento de novos produtos.

Referência

GELLER, Martinne. Imperial Tobacco lança cigarro eletrônico para conter quedas.Exame, São Paulo, 5 nov. 2013. Disponível em:http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/imperial-tobacco-lanca-cigarro-eletronico-para-conter-quedas Acesso em: 3 mar. 2015.

 

11/09/2006

Página eletrônica do Fórum Nacional Contra a Pirataria. Organização de fachada que promove os interesses de diversas empresas, dentre os quais as indústrias de tabaco Philip Morris e Souza Cruz.

Referência

FÓRUM NACIONAL CONTRA A PIRATARIA E A ILEGALIDADE [Página eletrônica]. São Paulo, 2006.Disponível em: http://www.fncp.org.br/forum/associados Acesso em: 1 jun. 2016.

Fonte: http://www.fncp.org.br/forum/associados

 

10/10/1996

Em 1981, a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), assina o convênio com o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), e começa a desenvolver atividades de educação ambiental: palestras e  doação de mudas.

Essas ações de cunho ambiental deram origem ao Projeto Verde é Vida, criado em 1991. Tem como objetivo, desenvolver a educação socioambiental; promover a preservação do meio ambiente; a educação rural, diversificação, sustentabilidade e a valorização dos agricultores. 

Para realizar atividades lúdicas, buscando a consciência ambiental através de brincadeiras e recreação, em 1991, o Projeto Verde é Vida, cria o seu mascote: o boneco Afubrinha. Uma muda de árvore que atende as comunidades de abrangência da Afubra.

Fonte: https://afubra.com.br/verde-e-vida.html

 

03/06/1996

Decreto 36.714/1996 do Estado do Rio Grande do Sul que Cria Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Fumo do Estado

Fonte: https://www.agricultura.rs.gov.br/upload/arquivos/201702/13153140-decreto-fumo.PDF

 

Referência

Gerente sênior de relações científicas da companhia de tabaco Souza Cruz

 

https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2020/01/13/int...

 

O Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) apresentou o Plano Agrícola da Safra 2019/2020, nessa quinta-feira, retomando o foco no agronegócio gaúcho. A instituição vai disponibilizar R$ 3,25 bilhões para custeio da plantação, compra de equipamentos ou melhorias na estrutura das propriedades rurais. Para o setor do tabaco, a instituição vai disponbilizar R$ 106 milhões por meio de uma linha de crédito extra.

Referência

NASCIMENTO, Rodrigo. Banrisul disponibiliza R$ 106 milhões ao tabaco no Plano Safra. Gaz, Rio Grande do Sul, 11 set. 2020. Disponível em: Acesso em: 15 set. 2020.

 

Pelo segundo ano consecutivo, a Philip Morris Brasil (PMB) está entre as empresas mais inovadoras do País, de acordo com o Ranking 100 Open Startups, um dos mais importantes do segmento, que destaca anualmente as organizações mais engajadas no ecossistema dos novos negócios. O anúncio oficial será realizado amanhã (26/08) durante o XII Open Innovation Week (Oiweek).

Referência
Fonte: https://www.segs.com.br/demais/248707-philip-morris-brasil-uma-das-empresas-que-mais-investem-em-inovacao-no-pais

 

A Philip Morris lidera as alternativas aos cigarros com seu dispositivo de tabaco aquecido IQOS, embora concorrentes como Juul sigam de perto. A empresa obtém quase 20% da receita com produtos sem combustão.

Referência

GRETLER, Corinne. Para Philip Morris, cigarro começará a desaparecer em uma década. São Paulo, UOL, 30 jun. 2020. Disponível em: https://economia.uol.com.br/noticias/bloomberg/2020/06/30/para-philip-morris-cigarro-comecara-a-desaparecer-em-uma-decada.htm . Acesso em: 19 ago. 2020.

Fonte: https://economia.uol.com.br/noticias/bloomberg/2020/06/30/para-philip-morris-cigarro-comecara-a-desaparecer-em-uma-decada.htm

 

Balanço da Philip Morris mostra como está o comércio do cigarro na covid-19. Apesar dos prejuízos à saúde, o cigarro é vendido pelas indústrias do tabaco como "refúgio" em momentos de grande nervosismo.

Referência

GODOY, Denise. Balanço da Philip Morris mostra como está o cigarro na covid-19. Exame, São Paulo, 15 abr. 2020. Disponível em: https://exame.com/negocios/balanco-da-philip-morris-mostra-como-esta-o-cigarro-na-covid-19/ Acesso em: 24 jul. 2020.

 

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